Por todo o país, centenas de milhares de pessoas, em sua maioria jovens, vêm ocupando as ruas para demonstrar insatisfação com o aumento do preço das passagens, dos alimentos e dos serviços públicos em geral, além de outras questões, provocadas pela ofensiva do capitalismo contra nossos direitos, como o desmonte da saúde e da educação, as privatizações, a brutalidade policial, a corrupção, a desigual distribuição da renda, a precarização do trabalho, a falta de perspectivas para a maioria dos jovens e, sobretudo, o sentimento de traição do governo e a farsa da democracia burguesa.
O crescimento do movimento fez com que governos municipais e estaduais recuassem da sua postura inicial de intransigência e reduzissem as tarifas. Ao fazê-lo, no entanto, anunciaram que, para compensar a queda do preço das passagens, teriam que retirar verbas de outras áreas, insinuando cortes em setores sociais. Trata-se de claro falseamento dos fatos, pois esses e outros recursos para resolver problemas sociais podem ser obtidos das obras desnecessárias e superfaturadas, como a do Maracanã, do pagamento de juros aos banqueiros, do superávit primário.